segunda-feira, 1 de junho de 2009

Conselho Federal - e regionais - de Jornalismo

Debate de décadas,
consenso entre aqueles quem não tem nada a ganhar com a baderna

Enterraram o Conselho Federal (e regionais) de Jornalismo!!!

Os ratos mesquinhos poderiam pelo menos pensar sobre alguns argumentos deste artigo

Quem tem medo do Conselho Federal de Jornalismo?

Marília Assunção *

"No exercício da profissão, o jornalista deve pautar sua conduta pelos parâmetros definidos no Código de Ética e Disciplina, mantendo independência em qualquer circunstância". Essa é a transcrição textual do artigo 5º do projeto de lei que cria o Conselho Federal de Jornalismo, enviado ao Congresso pelo Governo Federal depois de 20 anos de debates pelos jornalistas de todo o País.

Então está claro: "em qualquer circunstância" o jornalista deve se manter independente e pautado pelo princípio sagrado da ética. Por que ter medo disso? Ou melhor, vamos refletir sobre quem tem medo disso. Estamos assistindo pelo país afora uma campanha orquestrada contra o CFJ e que tem à frente os mais poderosos veículos de comunicação.

Atribuem o projeto ao Governo Lula, quando na verdade ele apenas teve o compromisso para com a categoria que o Governo FHC não teve, engavetando o projeto. O projeto do CFJ é dos jornalistas, é dos Sindicatos de Jornalistas Profissionais, e é da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Foi referendado em três congressos de jornalistas.

E é um projeto que também deve ser de todo os sindicalistas, execrados hoje na pessoa da Fenaj. E sobretudo deve ser dos cidadãos brasileiros que não têm noção do jogo de poder e de interesses escusos que está oculto nessa campanha baixa contra o Conselho, centrada na desinformação até dos parlamentares que votarão o assunto. O projeto do CFJ é de sindicalistas sim, porque queremos a informação a serviço do bem social, da maioria, mesmo que isso contrarie os interesses dos donos de muitos veículos de comunicação.

Qual a dimensão dos estragos de uma notícia irresponsável quando ela é publicada por um veículo e destrói a imagem e a vida de uma pessoa, dos moradores de uma rua, de um bairro, de uma cidade, de um estado, de um país, tudo para atender a interesses editoriais? Quando isso ocorre hoje, como é tratado? Alguém avalia o que estava nos bastidores dessa publicação?

Quem acompanha as condições de trabalho do jornalista responsável ou verifica se ele é realmente um profissional? Enquanto autarquias respeitáveis como os conselhos de médicos, engenheiros, economistas, odontólogos, psicólogos, ou as ordens como a dos advogados, seguem regulando de forma extremamente importante suas profissões, a proposta de Conselho Federal de Jornalistas recebe esse bombardeio mesmo diante da dimensão dos estragos e benefícios sociais que essa profissão pode proporcionar.

Não é mera coincidência. Porque à sociedade atingida pela cobertura jornalística só deve restar o Poder Judiciário como alternativa e às demais valem as instituições de exercício profissional também? Esse é o argumento de quem é contra.

Quem e, por qual motivo, acha que os jornalistas não devem auto-regular a profissão? Estão afirmando que há censura contida no projeto. Como isso seria possível, se o CFJ e sua base (conselhos regionais), serão formados por jornalistas? Essa é outra mentira que está no centro da argumentação dos opositores e que tem servido para confundir a opinião pública, sendo vergonhosamente usado até pelo grupo de jornalistas que sucumbe ao jogo do poder.

Os conselhos, como lembra o doutor em Ciências da Comunicação, Rogério Christofoletti, "serão instrumentos da sociedade para acompanhar a qualidade dos produtos jornalísticos e a conduta dos profissionais". Quem acha ruim que a coletividade, maior interessada na boa informação, dê palpite sobre ela sem precisar ir à Justiça? Então passemos a responder às reflexões.

Tem medo do CFJ os que exercem ou fomentam o exercício do Jornalismo sem seriedade. Os que não têm compromisso com a verdade dos fatos. Os que exercem ou promovem o exercício do Jornalismo com finalidades adversas ao interesse social. Os que exercem o incentivam o exercício sem a devida profissionalização. Os que tiram proveito pessoal com a notícia em detrimento de danos ou ganhos individuais ou sociais que ela possa causar.

* Marília Assunção é secretária estadual de Comunicação da CUT/GO

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